Meu pensamento é um rio subterrâneo.Para que terras vai e donde vem?Não sei… Na noite em que o meu ser o temEmerge dele um ruído subitâneo
De origens no Mistério extraviadasDe eu compreendê-las…, misteriosas fontesHabitando a distância de ermos montesOnde os momentos são a Deus chegados…
De vez em quando luze em minha mágoa,Como um farol num mar desconhecido,Um movimento de correr, perdidoEm mim, um pálido soluço de água…
E eu relembro de tempos mais antigosQue a minha consciência da ilusãoÁguas divinas percorrendo o chãoDe verdores uníssonos e amigos,
E a idéia de uma Pátria anteriorA forma consciente do meu serDói-me no que desejo, e vem baterComo uma onda de encontro à minha dor.
Escuto-o… Ao longe, no meu vago tatoDa minha alma, perdido som incerto,Como um eterno rio indescoberto,Mais que a idéia de rio certo e abstrato…
E p’ra onde é que ele vai, que se extraviaDo meu ouvi-lo? A que cavernas desce?Em que frios de Assombro é que arrefece?De que névoas soturnas se anuava?
Não sei… Eu perco-o… E outra vez regressaA luz e a cor do mundo claro e atual,E na interior distância do meu RealComo se a alma acabasse, o rio cessa…Autor:Fernando Pessoa - Poemas Ocultistas
domingo, 3 de abril de 2011
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Migaa Ameei mtoo lindo a mensageem. Parabeens!! ♥
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